O Presidente da Nestle Paul Bulcke se pronunciou que o mundo passara por um colapso alimentício de grande escala global, devido ao aumento do plantio e cultivo do Bio-diesel .
Avanço sobre florestas também
pode ocorrer, sobretudo no sudeste da Ásia; para brasileiro, álcool representa
menos perigo
Um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado
ontem pode ser considerado um sinal amarelo para a política internacional de
expansão do mercado de biocombustíveis. Se for mal implementada, a tecnologia
que promete ao mesmo tempo combater o efeito estufa e liberar o mundo do
petróleo acabaria causando fome e destruição de habitats.
"Os biocombustíveis líquidos podem ameaçar a disponibilidade
de suprimentos de comida adequados ao desviar terra e outros recursos de
produção das plantações para alimento", diz o relatório. "Muitas
plantações hoje usadas como fonte de biocombustível requerem terra agricultável
de alta qualidade uso significativo de fertilizantes, pesticidas e água."
O documento de 64 páginas, porém, reconhece que "sistemas de
bioenergia modernos bem projetados podem de fato aumentar a produção local de
comida". Se o combustível ficar significativamente mais barato, a cadeia
de produção e distribuição de alimentos também pode baratear o produto final.
"Mas esse não é o caso no momento", diz Luiz Pinguelli
Rosa, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Segundo
o pesquisador da UFRJ, muitas das preocupações manifestadas no documento já são
"discussão vencida" no caso do álcool de cana brasileiro."Aqui
não há falta de alimento, há falta de dinheiro para as pessoas comprarem
alimento", diz.
Em alguns momentos, porém, o relatório faz eco às declarações do
ditador cubano Fidel Castro de que os biocombustíveis podem aumentar a fome no
mundo.
"Adotar essa idéia para China e Índia, países superpopulosos onde não há tanta disponibilidade de terra, seria mais complicado", diz Pinguelli.
"Adotar essa idéia para China e Índia, países superpopulosos onde não há tanta disponibilidade de terra, seria mais complicado", diz Pinguelli.
Segundo o último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental
sobre Mudança Climática), os biocombustíveis podem ocupar até 10% da matriz do
setor de transportes em 2030. O relatório não detalha quais plantas são mais
adequadas para expandir a produção global de biocombustível, fazendo apenas
algumas ressalvas. "Dependendo do tipo de plantação, do que ela está
substituindo e dos métodos de cultivo e colheita, os biocombustíveis podem ter
aspectos positivos ou negativos no uso da terra, na qualidade da água e do solo
e na biodiversidade".
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